domingo, 29 de maio de 2011

Tipos de óleos e gorduras e sua composição.


... continuo mais tarde.

Ácido Linoléico Conjugado – CLA

Muitos pacientes vêm me perguntando sobre o uso de produtos semelhantes ao CLA (que naturalmente é encontrado em maiores concentrações na gordura de ruminantes, como, por exemplo, carne de gado, laticínios, entre outros), explico sua eficácia é controversa,  além disso tem este esclarecimento da ANVISA que alerta sobre o  uso do CLA e outro que suspende a sua comercialização no país.

Dessa vez simplesmente copiei e colei o texto na íntegra, depois comentarei sobre os  produtos que estão sendo utilizados como "substitutos" ao CLA consumidos atualmente, seus efeitos metabólicos em praticantes de adacemia que desejam perder massa gorda, que já estão com comprovação científica em estudos com seres humanos, não em fase inicial com testes positivos apenas em ratos de laboratório.

Espero que esclareça e tomem mais cuidado com o impulso da perda de peso rápida e milagrosa que leva ao consumo desses produtos sem prescrição profissional (médica ou nutricional), colocando sua saúde em risco e gerando gastos desnecessários.


ANVISA - Informes Técnicos

Informe Técnico nº 23, de 17 de abril de 2007

Esclarecimentos sobre as avaliações de segurança e eficácia do Ácido Linoléico Conjugado – CLA

I. Introdução
O ácido linoléico conjugado – CLA é um termo coletivo utilizado para descrever um grupo de isômeros geométricos e posicionais do ácido linoléico. Esses compostos podem ser produzidos naturalmente por hidrogenação e isomeração bacteriana no intestino de animais ruminantes ou podem ser produzidos quimicamente por meio da isomeração alcalina do ácido linoléico (Banni, 2002).

A alimentação dos seres humanos fornece pequenas quantidades de CLA oriundos da gordura do leite e de carnes de animais ruminantes, sendo que mais de 70% do CLA nesses alimentos é representado por apenas um isômero, o c9, t11-CLA (McLeod et al., 2004). Estimativas de ingestão de CLA por humanos variam de 140mg a 1g/dia, dependendo da metodologia utilizada e dos hábitos alimentares da população.

O CLA produzido quimicamente e disponível comercialmente em alguns países são preparações de misturas de isômeros, contendo geralmente 40% de c9, t11-CLA, 40% de t10, c12-CLA e 20% de outros isômeros (McLeod et al., 2004).

Para que as preparações comerciais contendo CLA possam ser comercializadas no Brasil como alimento é necessário que as empresas apresentem documentação científica comprovando a segurança de uso e eficácia das alegações dos produtos, uma vez que essas substâncias serão utilizadas em níveis superiores aos atualmente observados na alimentação da população brasileira.

Assim, os produtos contendo CLA podem ser avaliados na categoria de novos alimentos (Resolução nº. 16/1999) ou na categoria de alimentos com alegações de propriedade funcional (Resolução nº. 18/1999 e Resolução nº. 19/1999) e possuem obrigatoriedade de registro com base no disposto no Anexo II da Resolução RDC nº. 278/2005.

II. Objetivo
Comunicar os resultados das avaliações de segurança e eficácia do ácido linoléico conjugado – CLA realizadas até o momento pela Gerência de Produtos Especiais/ GPESP/GGALI da Anvisa.

III. Análise
A segurança e a eficácia do ácido linoléico conjugado isolado, nas formas líquidas ou em cápsulas, ou como ingrediente alimentar para ser adicionado em vários alimentos foram avaliadas em diversas ocasiões. Ao todo foram realizadas sete avaliações em um período de três anos. A primeira ocorreu em outubro de 2003 e a última foi concluída em outubro de 2006.

As principais questões e evidências científicas que levaram ao indeferimento de todas as solicitações realizadas até o momento estão sintetizadas a seguir:

- A ingestão de CLA recomendada pelas empresas supera em mais de vinte vezes as quantidades usualmente consumidas pela população, o que levanta preocupações quanto à segurança de uso desses produtos.

- Existem evidências científicas obtidas em animais de experimentação e em humanos demonstrando que a suplementação com CLA pode causar efeitos adversos.

- Estudos experimentais conduzidos em animais e estudos de revisão demonstraram que a suplementação de CLA pode levar ao aumento do fígado, esteatose hepática, hiperinsulinemia e diminuição dos níveis séricos de leptina (West et al., 1998; DeLany et al., 1999; West et al., 2000; Tsuboyama-Kasaoka et al., 2000; Kelly, 2001; Clement et al., 2002; Takahashi et al., 2002; Roche et al., 2002; Yamasaki et al., 2003; Poirier et al, 2005).

- Estudos randomizados duplo-cegos com homens obesos demonstraram que os grupos recebendo suplementação com o isômero t10, c12-CLA tiveram um aumento significativo da resistência à insulina, da glicemia, do estresse oxidativo e dos marcadores de inflamação e uma redução significativa dos níveis de HDL colesterol quando comparados com os grupos placebos (Riserus et al., 2002a; Riserus et al., 2002b).

- Indivíduos com diabetes tipo 2 suplementados com uma mistura de isômeros de CLA por oito semanas demonstraram uma diminuição dos níveis séricos de leptina (Belury et al., 2003).

- Riserus et al. (2004) demonstraram por meio de um estudo randomizado duplo-cego com homens obesos que a suplementação com o isômero c9, t11-CLA aumentou significativamente a resistência à insulina e a peroxidação lipídica quando comparado com o grupo placebo.

- Os mecanismos bioquímicos de ação dos diferentes isômeros e sua interação ainda não foram adequadamente elucidados e comprovados, sendo que a maioria desses dados é oriunda de estudos experimentais em camundongos e de estudos in vitro (Pariza, 2004; McLeod et al., 2004; Wang and Jones, 2004).

- As evidências existentes sugerem, por exemplo, que o CLA pode influenciar a apoptose e a diferenciação celular, alterar o balanço energético, inibir a lipogênese e aumentar a oxidação lipídica, entre outros (Pariza, 2004; McLeod et al., 2004; Wang and Jones, 2004).

- Os dados científicos sobre a eficácia do CLA em humanos também são controversos. Terpstra (2004) destaca que os estudos realizados em humanos sobre os efeitos da suplementação de CLA na perda de gordura corporal tiveram efeito consideravelmente menor do que os obtidos em estudos experimentais com ratos.

IV. Considerações Finais
Assim, as evidências científicas avaliadas até o momento não comprovam a segurança de uso e a eficácia do ácido linoléico conjugado isolado ou como ingrediente alimentar.

Os efeitos adversos observados em muitos estudos precisam ser melhores esclarecidos e entendidos. Também são necessários mais estudos bem controlados que elucidem adequadamente os mecanismos de ação dos diferentes isômeros e sua interação em seres humanos e que comprovem sua eficácia.

Portanto, com o intuito de proteger e promover a saúde da população, o ácido linoléico conjugado isolado ou como ingrediente alimentar para ser adicionado em vários alimentos não devem ser comercializados no Brasil como alimento até que os requisitos legais que exigem a comprovação de sua segurança de uso, mecanismos de ação e eficácia sejam atendidos.

VI. Referências
Banni S. Conjugated linoleic acid metabolism. Curr Opin Lipidol. 13:261–6, 2002.
Belury, M.A.; Mahon, A.; Banni, S. The conjugated linoleic acid (CLA) isomer, t10c12-CLA, is inversely associated with changes in body weight and serum leptin in subjects with type 2 diabetes mellitus. Journal of Nutrition.133:257S–60S, 2003.
Clement, L.; Poirier, H.; Niot, I. et al. Dietary trans-10, cis-12 conjugated linoleic acid induces hyperinsulinemia and fatty liver in the mouse. J. Lipid Res. 43:1400–9, 2002.
DeLany, J.P.; Blohm, F.; Truett, A. A.; Scimeca, J.; West, D.B. Conjugated linoleic acid rapidly reduces body fat content in mice without affecting energy intake. American Journal of Physiology. 276:R1172–9, 1999.
Ha, Y. L.; Grimm, N. K.; Pariza M. W. Anticarcinogens from fried ground beef: heat altered derivatives of linoleic acid. Carcinogenesis. 8:1881–7, 1987.
Kelly, G. S. Conjugated linoleic acid: a review. Altern Med Rev. 6:367–82, 2001.
McLeod, R. S.; LeBlanc, A. M.; Langille, M. A.; Mitchell, P. L. and Currie, D. L. Conjugated linoleic acids, atherosclerosis, and hepatic very-low-density lipoprotein metabolism. American Journal of Clinical Nutrition. 79 (suppl):1169S–74S, 2004.
Pariza, M. W.; Hargraves, W. A. A beef-derived mutagenesis modulator inhibits initiation of mouse epidermal tumors by 7,12-dimethylbenz [a]anthracene. Carcinogenesis. 6:591–3, 1985.
Pariza M. W. Perspective on the safety and effectiveness of conjugated linoleic acid. American Journal of Clinical Nutrition. 79 (suppl):1132S– 6S, 2004.
Poirier, H.; Niot, I.; Clément, L.; Guerre-Millo, M.; Besnard, P. Development of conjugated linoleic acid (CLA)-mediated lipoatrophic syndrome in the mouse. Biochimie, 87: 73-79, 2005.
Riserus, U.; Arner, P.; Brismar, K.; Vessby, B. Treatment with dietary trans10cis12 conjugated linoleic acid causes isomer-specific insulin resistance in obese men with the metabolic syndrome. Diabetes Care. 25:1516–21, 2002a.
Riserus, U.; Basu, S.; Jovinge, S.; Fredrikson, G. N.; Arnlov, J.; Vessby, B. Supplementation with conjugated linoleic acid causes isomer-dependent oxidative stress and elevated C-reactive protein: a potential link to fatty acid-induced insulin resistance. Circulation.106:1925–9, 2002b.
Riserus, U.; Vessby, B.; Arnlov, J. and Basu, S. Effects of cis-9,tran-11 conjugated linoleic acid supplementation on insulin sensitivity, lipid peroxidation, and proinflammatory markers in obese men. American Journal of Clinical Nutrition. 80:279–83, 2004.
Roche, H.M.; Noone, E.; Sewter, C. et al. Isomer-dependent metabolic effects of conjugated linoleic acid: insights from molecular markers sterol regulatory element-binding protein-1c and LXRalpha. Diabetes. 51:2037–44, 2002.
Takahashi, Y.; Kushiro, M.; Shinohara, K.; Ide, T. Dietary conjugated linoleic acid reduces body fat mass and affects gene expression of proteins regulating energy metabolism in mice. Comp Biochem Physiol B Biochem Mol Biol.133:395–404, 2002.
Terpstra, A. H. M. Effect of conjugated linoleic acid on body composition and plasma lipids in humans: an overview of the literature. American Journal of Clinical Nutrition. 79: 352–61, 2004.
Tsuboyama-Kasaoka, N.; Takahashi, M.; Tanemura, K. et al. Conjugated linoleic acid supplementation reduces adipose tissue by apoptosis and develops lipodystrophy in mice. Diabetes. 49:1534–42; 2000.
Wang, Y. and Jones, P. J. H. Dietary conjugated linoleic acid and body composition. American Journal of Clinical Nutrition. 79 (suppl):1153S– 8S, 2004.
West, D.B.; Blohm, F.; Truett, A. A.; DeLany, J.P.; Conjugated linoleic acid persistently increases total energy expenditure in AKR/J mice without increasing uncoupling protein gene expression. Journal of Nutrition. 130:2471–7, 2000.
West, D.B.; DeLany, J.P.; Camet, P.M.; Blohm, F.; Truett, A. A.; Scimeca, J. Effects of conjugated linoleic acid on body fat and energy metabolism in the mouse. American Journal of Physiology. 275:R667–72, 1998.
Yamasaki, M.; Ikeda, A.; Oji, M. et al. Modulation of body fat and serum leptin levels by dietary conjugated linoleic acid in Sprague-Dawley rats fed various fat-level diets. Nutrition.19:30–5, 2003.



Anvisa Publica
Notícias da Anvisa

Brasília, 16 de fevereiro de 2009 - 13h25
Alimentos: Interditados produtos com substância proibida

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta segunda-feira (16), a interdição cautelar de quatro lotes de óleo de cártamo das empresas: Luciane Nicolau dos Santos Nogueira, WW Sports Importadora Exportadora Comercial Ltda , Dominium Trading Com. Importação Exportação Ltda e Performance Trading Imp. Export. Ltda. A decisão da Agência é baseada em laudos do Instituto Adolfo Lutz , que detectaram a presença da substância Ácido Linoléico Conjugado (CLA), nestes alimentos.

Por não haver comprovação da segurança de uso e eficácia, o CLA não é permitido em alimentos no Brasil desde 2007. Nos alimentos interditados cautelarmente pela Anvisa foram encontrados quantidades de CLA superiores a 70% da composição do produto. 

Os lotes de óleo de cártamo interditados não podem ser comercializados e nem devem estar acessíveis à população nos pontos de venda. Conforme procedimentos normativos, os lotes ficarão interditados por até 90 dias.

De acordo com a lei 6437/1977, as infrações sanitárias são apuradas em processo administrativo próprio, iniciado com a lavratura de auto de infração, observados o rito e prazos estabelecidos nesta lei. Caso sejam comprovadas as irregularidades, as empresas envolvidas estarão sujeitas às sanções legais, inclusive multa que pode chegar a R$ 1,5 milhão.

Óleo de cártamo
O óleo de cártamo é um óleo vegetal com registro obrigatório junto à Anvisa, sendo enquadrado na categoria de Novos Alimentos ou Ingredientes. Essa categoria abrange alimentos sem tradição de consumo no país, alimentos contendo substâncias já consumidas e que entretanto venham a ser adicionadas ou utilizadas em níveis muito superiores aos atualmente observados nos alimentos que compõem uma dieta regular e alimentos apresentados nas formas de cápsulas, comprimidos, tabletes e outros similares.

O Óleo de Cártamo não possui Ácido Linoléico Conjugado (CLA) em sua composição. No entanto, esse óleo é uma matéria-prima utilizada para produção sintética de CLA devido à quantidade elevada de ácido linoléico (ômega 6).

Orientação

As informações sobre o lote e o prazo de validade constam do rótulo dos produtos. O consumidor que tiver adquirido algum dos produtos cujos lotes estão interditados não deve consumi-lo.

Em caso de sintomas inesperados, o consumidor deve procurar orientação médica. Mais informações pode ser obtidas por meio da Ouvidoria da Anvisa, pelo e-mail:ouvidoria@anvisa.gov.br.

Referência:


sexta-feira, 27 de maio de 2011

Fitoterapia:


A palavra tem sua origem no grego phyton (vegetal) e therapeia (tratamento e/ou cura por meio das plantas).

A cronologia na História Antiga do estudo em fitoterápicos segue:

- 29, 28 e 27 a.C.: Fu-Hsi, Shen Nung e Huang Ti (imperadores da China Antiga) => fundamentaram os princípios da medicina chinesa e estudaram plantas medicinais sob o foco no combate às doenças, enfocando três tipos de tratamento (1) Cósmico; (2) Anímico e (3) Medicamentoso, ou seja, alimentação natural e o uso de ervas naturais terapêuticas; Shen-Nung escreveu a publicação da matéria médica chinesa (Pen-t'são), onde relaciona inúmeras drogas de origem vegetal utilizadas por si mesmo e por seus súditos, tais como: ruibarbo, ginseng, estramônio e efedra;

3000 a.C.: Imhotep (médico egípcio) =>  foi um pioneiro em utilizar plantas medicinais, detinha um grande conhecimento sobre o emprego de ervas aromáticas, como: o cédro do Líbano, o abdanum, o nardo, incenso, cominho, mirra, anis, canela entre outros;

- 1550 a.C.: Manuscrito Papiro de Ebers (egípcio) => monstra uma  coleção detalhada de 800 fórmulas, indicações para 700 drogas locais e exóticas, como: papoula, ginseng e mirra sendo utilizadas no tratamento de diversas enfermidades;

- 460 a 377 a.C.: era de Hipócrates (considerado o pai da medicina) => publicou o Corpus Hippocraticum, onde incorpora conhecimentos sobre substâncias extraídas de espécies vegetais como: quinino, codeína, colchicina e teofilina além de consagrar a existência na terapêutica de males utilizando-se vegetais;

- 370 a 286 a.C.: Teofrasto (botânico grego) => escreveu o Tratado de Odores, sistematizando o conhecimento em plantas medicinais, citando suas propriedades, preparações e usos;

- 131 a 201 d.C: Galeno (fundador da Farmácia, importante médico da Antiguidade) => recolheu e relacionou cerca de 473 produtos de origem vegetal, divulgou o uso de extratos vegetais para a cura de diversos males. Emprestando o nome às formulações farmacêuticas, denominadas fórmulas galênicas, o termo farmácia galênica tratava de plantas usadas com solventes (ex.:vinagre, água, álcool) conservando e concentrando seus componentes ativos, podendo ser utilizadas em emplastos, unguentos e outras formas galênicas. Junto com Galeno, Celso (médico romano) contribuiu para o surgimento dos fundamentos em homeopatia exercendo influência por anos;

- 150 a 219 d.C.: Chang Chung-Ching (considerado o Hipócrates chinês) => escreveu 222 ensaios, 397 notas e 113 prescrições, cinco séculos depois originou uma lista conhecida como "500 remédios de ouro", que em 2004 foi demonstrado que 19 medicamentos desta lista continha inlfuência de grande importância nas suas propriedades físico-químicas, como a lipofilia, em estudos realizados por pesquisadores da Universidades de Pequim (China);

- 980 a 1037 d.C.: Avicena (farmacêutico árabe) => escreveu seu Cânone da Medicina, influenciado pelas obras de Galeno e incluindo doutrinas de Hipócrates;

- 1493 a 1541 d.C.: Para Celso (médico suíço, "pai da fitoquímica") => relacionou as propriedades das planas de acordo com a cor, forma e morfologia idealizando sua teoria da similitude, onde se curava a doença com algo que tivesse semelhança a ela;


...No Brasil,
Há de se destacar que no século XVI, os padres jesuítas divulgaram as plantas com propriedades curativas usadas pela população indígena do Brasil. 

- 1500 d.C.: Pero Vas de Caminha => escreve uma carta para o rei D. Manuel descrevendo a beleza da flora brasileira e as propriedades curativas de algumas plantas;

1540 a 1625 d.C.: padre Fernão Cardim => juntamente com outros jesuítas, divulga à população as propriedades de plantas como: ipeca, canafístula, aloés, jaborandi e estramônio;

1560 e 1580 d.C.: padre José de Anchieta => refere a ação emética da ipecacuanha e as propriedades anti-sépticas e cicatrizantes do bálsamo de copaíba, falou muito em uma "erva boa", a hortelã pimenta (que era utilizada pelos índios contra indigestões, para aliviar nevralgias, reumatismo e doenças nervosas), do capim-rei, do ruibarbo do brejo dentre outras utilizadas pelos índios com diversas finalidades. 

...No Mundo

 Século XVIII: a Farmacognosia envereda pela procura em estudos sistemáticos isolando e determinando a estrutura dos constituintes ativos dos produtos de origem natural dotadas de propriedades medicinais; 

1742-1786: Carl William Scheele (químico sueco) => embora  estudos anteriores já tivessem isolado o ácido benzóico, a sacarose, a cânfora e o timol, foram os trabalhos de Sheele (na sua própria farmácia em Köping) que deram início a nova etapa com a obtenção de vários ácidos orgânicos e ainda a lactose e a glicerina todos sempre obtidos  a partir de produtos naturaisA sua análise do dióxido de manganês levou à descoberta do cloro e da barita e à descrição de vários compostos de magnésio.


Século XIX: já é possível outros farmacêuticos e químicos serem distinguidos no isolamento de constituintes ativos a partir de plantas ou de produtos vegetais.


- 1803: Derosne (farmacêutico francês) => extrai do ópio a narcotina (narceína) e uma mistura de alcalóides; 

1805 a 1816Friedrich Wilhelm Adam Sertürner (farmacêutico alemão) => baseado em descobertas de Doresne, isola  a morfina da Papaver sominiferum;

1817 a 1826Pelletier e Caventou =>  responsáveis pela coniína, brucina, emetina, quinina e também isolram a estricnina;

1780 a 1840Pelletier e Jean Pierre Robiquet => isolaram a cafeína;


- 1828 a 1830:  Henri Leroux (um farmacêutico francês)  => isolou os primeiros heterósidos: a salicina do salgueiro;


- 1860: Claude Bernard (fisiologista) => graças aos seus estudos a partir desta data verificou-se as propriedades de muitos produtos naturais, assim como de seus constituintes habitualmente empregados na medicina, afim de se conhecer o mecanismo de ação mais detalhadamente. A correlação entre estrutura química e a ação fisiológica começaram a se estabelecer, permitindo o descobrimento de novas moléculas naturais de elevada atividade farmacológica;

- 1868: Jean Pierre Robiquet (frânces) => a partir dos estudos de Leurox o conduziram ao ácido acetilsalicílico  a amigdalina das amêndoas amargas;


- 1868: Claude Adolphe Nativelle (francês) =>  isolou a a digitalina cristalizada da dedaleira (sendo uma droga amarela de sabor amargo que fortalece a contração muscular do coração)


- 1929: Rodolfo Albino Dias (farmacêutico e militar brasileiro) => teve publicada a sua primeira edição da Pharmocopeia dos Estados Unidos do Brasil, que muito contribuiu com seus estudos da flora medicinal brasileira e introduziu a farmocognosia no país, incluindo mais de 280 monografias de plantas;


- 1937Maurice René de Gattefossé (farmacêutico francês) => teria criado o termo "aromaterapia" após ter queimado as mãos em um acidente,as mergulhou em um tanque contendo óleo essencial de lavanda, pensando que fosse água. Para sua surpresa a dor passou e ocorreu a cicatrização do ferimento sem infecção. 






Segundo o Ministério da Saúde, PORTARIA No- 971, DE 3 DE MAIO DE 2006 

 "(...) é um recurso terapêutico caracterizado pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas e que tal abordagem incentiva o desenvolvimento comunitário, a solidariedade e a participação social;" 

"(...)A fitoterapia é uma “terapêutica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, ainda que de origem vegetal”. O uso de plantas medicinais na arte de curar é uma forma de tratamento de origens muito antigas, relacionada aos primórdios da medicina e fundamentada no acúmulo de informações por sucessivas gerações. Ao longo dos séculos, produtos de origem vegetal constituíram as bases para tratamento de diferentes doenças. Desde a Declaração de Alma-Ata, em 1978, a OMS tem expressado a sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais  no âmbito sanitário, tendo em conta que 80% da população mundial utiliza essas plantas ou preparações destas no que se refere à atenção primária de saúde. Ao lado disso, destaca-se a participação dos países em desenvolvimento nesse processo, já que possuem 67% das espécies vegetais do mundo."

Há estudiosos que afirmam que é um método de tratar e/ou curar patologias por meio de plantas medicinais de forma não agressiva, e em alguns casos  estimulando as defesas naturais do organismo.



REFERÊNCIAS:



1- ASPECTOS HISTÓRICOS SOBRE PLANTAS MEDICINAIS, SEUS CONSTITUINTES ACTIVOS E FITOTERAPIA. Prof. A. Proença da Cunha. E-mail: pdacunha@ci.uc.pt. Site: http://www.antoniopcunha.com.sapo.pt/; 
2- Fundação Herbarium: Associação Argentina de Fitomedicina Rosmarinus officinalis. MARCHIORI, Vanderlí F. Monografia de Conclusão do Curso On line em Fitomedicina. Julho; 2004. p-09;






PRESCRIÇÃO NUTRICIONAL DE FITOTERÁPICOS: como proceder?




CFN – Conselho Federal de Nutricionistas

"RESOLUÇÃO CFN No. 402/2007

Regulamenta a prescrição de fitoterápicos pelo nutricionista de plantas in natura frescas, ou como droga vegetal nas suas diferentes formas farmacêuticas, e dá outras providências."



Conceitos segundo RESOLUÇÃO CFN No. 402/2007:


continuo mais tarde...

1. FITOTERAPIA NOS SISTEMAS NERVOSO, CARDIOVASCULAR E GENITURINÁRIO.


Nomenclatura botânica:
Nome popular:
Parte usada:
Forma farmacêutica/modo de preparo: infuso, decocto, tintura, alcoolatura, extrato.
Tempo de utilização:
Dosagem:
Frequência de uso:
Horários:


continuo mais tarde...

2. FITOTERAPIA NOS SISTEMAS RESPIRATÓRIOS E DIGESTIVOS.

2.1 Doenças Inflamatórias Intestinais

2.1.1 Boswellia serrata

Nome científico: Boswellia serrata;

Nome comum: Boswellin;

Solubilidade: Solúvel em clorofórmio, acetona e álcool; Insolúvel em água.

Parte Usada: Tronco da árvore;
continuo mais tarde...


3. FITOTERAPIA NA DOR, INFLAMAÇÃO E PLANTAS TÓXICAS.
continuo mais tarde...

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Fendas ou Cissuras de Schmidt-Lanterman

Apresentam quebraduras - geralmente oblíquas, das linhas densas maiores da mielina preenchidas com citoplasmadas células de Schwann Aparentemente possui função nutricional, favorecendo a difusão de metabólitos até o mesmo cilindro eixo.

terça-feira, 3 de maio de 2011

ACNE e Alimentação: como lidar com esse problema?

Acne e dieta: Resumo do artigo:
COSTA, Adilson; AMOISÉS, Thaís Abdalla. Acne e dieta: verdade ou mito? Na Bras Dermatol. 2010;85(3):346-53

ACNE Verdades e Mitos

Espero que esta leitura seja tão interessante á você leitor curioso ou profissional da saúde que deseja saber os conceitos atuais deste assunto neste ótimo artigo. Ao bom entendedor aconselho ler o artigo original na sua íntegra.

Para entender este resumo de artigo você a princípio precisa saber que:

·  IFG-1: Fator de crescimento insulina-símile 1.
·  IGFBP-3: proteína ligadora do fator de crescimento semelhante à insulina-3.
·  SHBG: Hormônios sexuais.
·  ACTH: Hormônio adrenocorticotrófico.
·  SDHEA : Sulfato de diidroepiandrosterona.
·  [  ]: Concentração.


: Aumento, elevação, maior, etc.
: Redução, queda, diminuição, etc.



A acne vulgar (dermatose crônica) é uma doença do folículo polissebáceo. Possui 4 fatores etiopatogênicos principais:

1-   Hiperprodução sebácea;
2-    Hiperqueratinização folicular;
3-    Aumento da colonização por Propionibacterium acnes; (Por imagem)
4-    Inflamação dérmica periglandular.

Adolescentes ocidentais com acne variam de 79% a 95% da população dentro da mesma faixa etária, em um grupo da mesma idade 95% acomete meninos e 83% meninas, sendo que aos 16 anos esse índice pode chegar a 100% para ambos os sexos.
Uma dieta hiperinsulinêmica associada ao hormônio do crescimento estimula a produção de hormônios andrógenos que aumentam a produção de sebo.



a) ACNE não é uma questão do quanto se come, mas da qualidade da alimentação;

b) Alimentação ocidental favorece o surgimento da acne: estudos demonstração que populações não ocidentalizadas possuem dietas de baixo índice glicêmico e não apresentavam dermatose até a introdução dos hábitos alimentares ocidentais. Outros estudos demonstram que povos da África com hábitos dietéticos de baixo índice glicêmico onde seus descendentes migraram para o ocidente também começaram a sofrer com dermatose crônica.
O que me concluí que os adolescentes com consumo freqüente de carboidrato de alto índice glicêmico pode resultar em quadros de hiperinsulinemia aguda influceniando o crescimento epitelial folicular, na queratinização e na secreção sebácea.

c) Maus hábitos alimentares podem acelerar a maturação sexual e desencadeamento da acne:
A maior oferta de alimentos na sociedade ocidental tem sido associada à maturação sexual precoce e desenvolvimento da acne nos jovens.
Ingestão de alimentos de alto índice glicêmico na fase infantil até a puberdade tem antecipado a menarca em meninas, e ao contrário com dietas de baixo índice glicêmico apresenta um atraso semelhante ao que acontece com atletas e bailarinas.

d) O leite pode estimular produção de acne:
O leite e seus derivados, apensar do baixo índice glicêmico, induzem a produção de IGF-1, particularmente maior quando o leite é desnatado.
 Isso esclarece que o aumento da produção de sebo não se dá pelo teor de gordura do leite e sim pela carga de estrógeno, progesterona, precursores andrógenos e esteróides, o iodo é outro fator importante, a quantidade de iodo contido no leite é proveniente do uso de soluções à base de iodo nos equipamentos de ordenha, sendo também um fator importante na estimulação da acne. O uso do leite desnatado não é aconselhável para pessoas com pré disposição à ACNE, por estimular a produção das glândulas sebáceas devido à lactoalbumina que nesta variação do produto apresenta-se em maior quantidade.

e) Acne na mulher adulta na síndrome do ovário policístico (SOP): altas [  ] de andrógenos, insulina e IGF-1 podem estar associados.


 f) Os benefícios de uma dieta hipoglicêmica no tratamento da acne: uma alimentação com baixo índice glicêmico afeta os andrógenos que controlam a produção do sebo, limitando a lipogênese sebácea, reduzindo a biodisponibilidade da testosterona e a concentração do SDHEA, alterando assim a composição sebácea.

g) Papel do metabolismo dos ácidos graxos na dieta contra a acne:




 Especula-se que os triglicérides sebáceos sejam os responsáveis pelo desenvolvimento da acne, onde as bactérias o hidrolisam liberando ácidos graxos que se incorporam ao metabolismo da epiderme ao redor.
Constatou-se que os Mufas são os ácidos graxos culpados pela queratinização anormal e hiperplasia epidérmica.
Um estudo demonstrou que com a suplementação de 3g diários de AGE (ácido linoléico, ácido linolênico e gama-linolênico) não resultaram em melhoras na acne, mas houve redução do tamanho das glândulas sebáceas, sugerindo que produtos similares podem trazer benefícios necessitando de ajuste da dose e o tempo da terapêutica.

h) Chocolate, culpado ou inocente?
É um fato quase que totalmente confirmado segundo achados clínicos, notou-se que o perfil plasmático pós pandrial à ingestão de chocolate aumentou de forma significativa a insulinemia, os maiores no achocolatado sendo 48% maior que o leite puro e 13% maior comparado ao chocolate negro.
Essa elevação ainda piora se o chocolate for combinado com lactose, isso se deve pela riqueza de compostos biológicos ativos contidos no chocolate, como a cafeína, teobromina, serotonina, feniletilamina, triglicérides e ácidos graxos canabioides-like, além dos aminoácios como a arginina, leucina e fenilalanina, são todos componentes potencialmente insulinotrópicos quando consumidos com carboidratos, fora o leite rico em lactose, que pode gerar o mesmo comportamento sérico.
Quando se trata do chocolate deve-se levar em conta uma combinação de fatores, uma inocente barra de chocolate na prateleira do supermercado não tem apenas chocolate, ele é um conjunto de carboidratos (acurares refinados), cafeína e gordura de cacau, lactose entre outros.
Aos amantes de chocolate acometidos pela acne vulgar o conselho é moderação e optar por chocolates com boa formulação e concentração de cacau no mínimo acima de 55%. Além de um Plano Alimentar de baixo índice glicêmico.

i) O que os nutrientes podem fazer para atenuar a acne?
Há tempos é sabido do importante papel da vitamina A e do Zinco como inibidores da comedogênese, fato agora comprovado graças ao estudo de Michaëlson com 173 pacientes.
É fato que dietas pobres em zinco pioram ou desencadeiam a acne, principalmente as pustulosas, situação observada em vários casos do surgimento da acne com a administração de dieta parenteral com baixo teor de zinco.

Maiores dúvidas vide o artigo fonte.